top of page
YCL info

Diário da Aula 4: Amazônia e as Mudanças Climáticas

Atualizado: 7 de out.

Oi, pessoal! Tudo bom?

Acabei de finalizar a 4ª aula do curso YCL, e foi inspiradora! Tivemos a honra de contar com dois gigantes na luta pela sustentabilidade: Valcleia Solidade, uma líder dedicada ao desenvolvimento sustentável e justiça social, e Carlos Nobre, renomado climatologista e cientista de destaque mundial.

A aula começou de forma emocionante com o testemunho de vida da Valcleia. Ela nos fez refletir com duas perguntas importantes:

  • Quais desafios sobre as mudanças climáticas precisam ser destacados?

  • O que podemos enxergar como oportunidade para enfrentar essas mudanças?

Como porta-voz das comunidades da Amazônia, ela trouxe um panorama real e impactante: o preço do combustível nas alturas (mais de R$13,00!), a falta de infraestrutura básica e os desafios na logística. A comunicação, a mobilidade e até o acesso à alimentação estão comprometidos. Fiquei chocada com os dados sobre a matriz energética local e como a falta de energia afeta tantas regiões.



Valcleia também nos questionou: Como podemos falar de hábitos mais sustentáveis quando não há justiça social? Ela compartilhou projetos inspiradores, que mostram que é possível mobilizar recursos e promover dignidade às comunidades da Amazônia no século 21.

Dica valiosa: ela nos indicou um vídeo do professor Virgílio Viana (FAS) sobre as causas e consequências da seca na Amazônia, para quem quiser entender mais sobre esse cenário.

Logo depois, Carlos Nobre nos trouxe uma verdadeira aula de ciência com dados impressionantes sobre a Amazônia. Ele destacou a importância da biodiversidade, da reciclagem natural de água e nutrientes e explicou que a Amazônia consegue absorver cerca de 150 bilhões de toneladas de carbono, armazenando esse carbono no solo e na vegetação.



Carlos também falou sobre os fascinantes Rios Voadores, responsáveis por transportar 17 bilhões de toneladas de água por dia, abastecendo o Brasil e mostrando como a Amazônia desempenha um papel essencial no equilíbrio do nosso sistema planetário.

E claro, ele não deixou de falar sobre as queimadas. Historicamente, a maioria dos incêndios era causada por descargas elétricas, mas hoje, a principal causa é a ação humana, relacionada à expansão da pecuária, agricultura e desmatamento. Em 2023, mais de 30 mil focos de incêndio foram provocados por atividades humanas. Que cenário triste!

Terminamos essa aula com o coração cheio de gratidão e a cabeça cheia de conhecimento. A mistura de humanidade e ciência dessa aula foi incrível e me deixou ainda mais motivada a lutar por um futuro sustentável.

Que venha a próxima semana!


Sobre os palestrantes:

Carlos Nobre

Um dos mais renomados climatologistas do país e um dos cientistas brasileiros mais conhecidos mundialmente. Com graduação em Engenharia Eletrônica pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) em 1974 e doutorado em Meteorologia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) em 1983. Foi pesquisador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Exerceu importantes funções de gestão e científico e de política científica. Alto Conselheiro Científico do Painel de Sustentabilidade Global da ONU. Foi presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e diretor do Centro de Previsão e Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-INPE). Foi o criador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCCT-INPE) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEM-MCTI). Foi o cientista-chefe do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA). Exerceu os cargos de Secretário de Pesquisas e Desenvolvimento do MCTI e Presidente da CAPES. É membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Global de Ciências e membro estrangeiro da Academia de Ciências dos EUA e da Royal Society da Grã-Bretanha. Participou de vários relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Em particular, foi um dos autores do Quarto Relatório do IPCC, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. É co-presidente do Painel Científico para a Amazônia ( www.theamazonwewant.org ) e pesquisador colaborador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). É também o proponente do Projeto Amazônia 4.0 ( www.amazonia4.org ), que busca demonstrar as projeções de uma nova bioeconomia de floresta em pé e rios fluindo para a Amazônia, incorporando conhecimento científico e inovações tecnológicas com conhecimentos de povos indígenas e comunidades locais , inclusive com a criação de um avançado Instituto de Tecnologia da Amazônia-AmIT.


Valcleia Solidade

Nascida em uma comunidade quilombola no interior do Pará, Valcléia dos Santos Lima Solidade é uma líder inspirada e uma defensora incansável do desenvolvimento sustentável e da justiça social. Com uma formação sólida em Gestão Pública e uma especialização em Inovação e Difusão Tecnológica, possui 28 anos de experiência em projetos socioambientais, destacando-se por sua dedicação e impacto significativo nas comunidades da Amazônia. Iniciou sua jornada no renomado Projeto Saúde e Alegria, no Pará, onde seu trabalho foi extremamente reconhecido. Posteriormente, investiu na cooperação e gestão do Programa Bolsa Floresta (PBF), implementado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) no estado do Amazonas. Durante sua atuação no PBF, desempenhou funções cruciais de mobilização social, planejamento e implementação de projetos que visam o empoderamento social, a infraestrutura comunitária e o apoio à geração de renda nas comunidades amazônicas. Ao longo de sua carreira, tem sido uma força motriz na promoção do desenvolvimento sustentável e na melhoria da qualidade de vida dos povos tradicionais da Amazônia. Sua abordagem holística e inovadora forneceu soluções eficazes para os desafios enfrentados por essas comunidades, sempre com um foco especial na inclusão social e na preservação ambiental. Atualmente, a Superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades (FAS), compõe o conselho consultivo da REMAF (Rede de Mulheres das Águas e da Floresta), onde continua a promover a igualdade de gênero e o fortalecimento das mulheres nas comunidades ribeirinhas e florestais. Além disso, ela integra a Comissão Nacional de Políticas Educacionais para as Juventudes, contribuindo para a formulação de políticas que visam a educação inclusiva e o desenvolvimento integral dos jovens brasileiros.


Texto escrito por Andressa Soares, Engenheira ambiental e participante da 11a edição do Curso YCL Mudanças climáticas: panorama, desafios e oportunidades para jovens profissionais.

51 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page